HIV
HIV - Aids
Para aumentar os linfócitos T CD4+ em pacientes com HIV, algumas estratégias podem ser adotadas:
1. Adesão Rigorosa à TARV
A Terapia Antirretroviral (TARV) é a principal forma de restaurar e manter os níveis de CD4+.
O uso contínuo e correto dos medicamentos reduz a carga viral e permite a recuperação do sistema imunológico.
2. Alimentação Saudável e Nutrição Adequada
Dieta rica em proteínas e vitaminas fortalece a imunidade.
Evitar alimentos ultraprocessados.
3. Controle de Infecções e Inflamação
Tratar infecções oportunistas rapidamente para evitar desgaste do sistema imunológico.
Vacinação contra doenças.
4. Exercícios Físicos
Atividade física moderada melhora a imunidade e reduz inflamações crônicas.
Quando o tratamento do HIV falha, é essencial agir rapidamente para identificar as causas e ajustar a abordagem. Algumas estratégias incluem:
1. Avaliação da Adesão à TARV
Verificar se os medicamentos estão sendo tomados corretamente, nos horários certos e sem interrupções.
Identificar possíveis dificuldades, como efeitos colaterais ou barreiras sociais e psicológicas.
2. Exames de Carga Viral e Contagem de CD4+
Monitorar a carga viral para confirmar se há falha virológica (persistência ou aumento da carga viral).
Avaliar a contagem de CD4+ para verificar o impacto no sistema imunológico.
3. Teste de Resistência Genotípica
Identificar possíveis mutações do vírus que o tornaram resistente a determinados medicamentos.
Com base nos resultados, ajustar o esquema terapêutico com novos antirretrovirais mais eficazes.
4. Identificação de Interações Medicamentosas
Alguns remédios, suplementos ou até alimentos podem reduzir a eficácia da TARV.
Evitar interações prejudiciais
A suspensão da TARV (Terapia Antirretroviral) pode ser extremamente prejudicial à saúde, pois permite a multiplicação do HIV no organismo, aumentando a carga viral e reduzindo as defesas imunológicas. Isso eleva o risco de infecções oportunistas, progressão para a AIDS e desenvolvimento de resistência aos medicamentos, dificultando futuras opções de tratamento. A adesão contínua à TARV é essencial para manter o controle do vírus e garantir qualidade de vida.
Acompanhe no vídeo acima o estudo que provou a falha da estratégica de suspensão/introdução dos medicamentos TARV conforme a contagem de CD4+.
A infecção pelo vírus do HIV-1 pode ser dividida em infecção aguda, crônica (portadores assintomáticos) e crônica tardia ou fase avançada da doença. Quando não tratado, estima-se que entre o contágio até a fase de doença seja de aproximadamente 6 a 10 anos (depende do subtipo viral e do hospedeiro).
A infecção aguda leva o nome de Síndrome Retroviral Aguda e possui sinais e sintomas semelhantes aos da síndrome mononucleose, todavia nem todos os pacientes apresentam sintomas de infecção aguda pelo HIV.
Alguns pacientes com infecção aguda pelo HIV podem ainda apresentar sintomas neurológicos como meningite asséptica, neurite periférica sensitiva ou motora, paralisia do nervo facial ou Síndrome de Guillain-Barré. Assim como a mononucleose infecciosa a Síndrome Retroviral Aguda tende a melhorar após algumas semanas, todavia, aqueles pacientes que apresentam sintomas mais intensos possuem pior prognóstico. Apesar da sorologia ainda ser negativa nessa fase, o diagnóstico pode ser feito através de exames de biologia molecular.
A fase crônica e crônica tardia (Aids).
Para aqueles pacientes que não tratam a doença a depleção dos linfócitos T-CD4+ (diminuição das defesas do organismo) é progressiva e torna o paciente susceptível a doenças oportunistas. Na fase em que os linfótitos T-CD4+ estão abaixo de 200 células/mm cúbico ou em que o paciente possui alguma doença oportunística (marcadores de imunossupressão grave) o paciente é caracterizado como portador sintomático - Aids.
Tratamento
O objetivo do tratamento é evitar que o paciente desenvolva a doença pelo HIV (Aids) e, atualmente, os antirretrovirais disponível são bastante eficazes e com baixa toxicidade. Hoje, considera-se iniciar o tratamento para todos os pacientes e o uso de antirretrovirais é apenas parte do tratamento. Imunizações (vacinas), controle do perfil lipídico e dieta, rastreamento de portadores de tuberculose e prevenção também fazem parte dos cuidados aos pacientes com HIV/Aids. A possibilidade de tratamento com apenas um comprimido ao dia, posologia facilitada, aumenta o conforto dos pacientes. Todo paciente que possui uma IST (Infecção Sexualmente Transmissível) deve receber um check-up infectológico completo inclusive com tecnologia de biologia molecular afim de detectar outros possíveis patógenos assintomáticos. Recentemente o DTG (um inibidor da integrase) passou a fazer parte do esquema inicial preferencial por ter alta barreira genética a emersão de resistência viral, boa tolerabilidade com baixos efeitos adversos e alta potência.
Genotipagem Pré-Tratamento
O Ministério da Saúde recomenda a realização da genotipagem pré-tratamento apenas para pacientes infectados por parceiros que fazem ou fizeram uso de antirretrovirais, assim como para gestantes vivendo com HIV. No entanto, considero benéfica a realização desse exame para todos os pacientes que tenham condições de realizá-lo, visando um tratamento mais personalizado e eficaz.
Início do Tratamento
Os esquemas terapêuticos modernos, seja a terapia antirretroviral tríplice ou tríplice com booster, têm como principal objetivo controlar a replicação viral e favorecer o aumento dos linfócitos T-CD4+. Essa abordagem se baseia em evidências que demonstram que pacientes com contagens de T-CD4+ acima de 500 células/mm³ e carga viral indetectável podem alcançar uma expectativa de vida semelhante à da população em geral.
O Ministério da Saúde disponibiliza antirretrovirais para todas as pessoas vivendo com HIV, conforme estabelecido no Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para adultos com HIV/AIDS.
É fundamental ressaltar que, uma vez iniciado, o tratamento não deve ser interrompido. A aderência rigorosa à medicação é essencial para sua eficácia e para a prevenção do desenvolvimento de resistência viral.
Diferença entre HIV e Aids
Controladores de Elite do HIV: Características e Implicações Clínicas
Os controladores de elite (ECs, elite controllers) são indivíduos infectados pelo HIV-1 que apresentam supressão espontânea e sustentada da carga viral abaixo do limite de detecção (<50 cópias/mL) sem terapia antirretroviral (TARV). Representam menos de 1% da população soropositiva e oferecem um modelo natural de controle da infecção.
Mecanismos Associados ao Controle Viral
Fatores Imunológicos
Resposta robusta de células T CD8⁺, com alta citotoxicidade e reconhecimento eficiente de epítopos virais conservados.
Maior atividade de células NK (natural killer) e resposta inflamatória controlada.
Fatores Genéticos
Associação com alelos protetores do complexo HLA, especialmente HLA-B57 e HLA-B27.
Variantes em genes como CCR5Δ32 podem conferir resistência parcial à infecção e propagação viral.
Características Virológicas
Presença de vírus com menor capacidade replicativa devido a mutações em genes essenciais, como gag e nef.
Maior restrição da integração proviral e menor ativação dos reservatórios latentes.
Implicações para Terapias e Pesquisa
Os ECs são modelos valiosos para estratégias de cura funcional, incluindo terapias baseadas na modulação imunológica, erradicação de reservatórios virais e imunizações terapêuticas. Estudos desses indivíduos podem elucidar mecanismos de resistência natural e guiar o desenvolvimento de vacinas e terapias direcionadas para o controle sustentável do HIV sem TARV.
Carga viral ficou detectável, e agora?
Gestação e HIV
Doenças que o HIV gera quando não tratado
Indetectável é intransmissível?
Sim, indetectável é intransmissível (I=I). Isso significa que uma pessoa vivendo com HIV, que faz o tratamento corretamente e mantém a carga viral indetectável por pelo menos seis meses, não transmite o vírus por via sexual.
Essa conclusão é baseada em vários estudos científicos, como o PARTNER 1 e 2 e o HPTN 052, que acompanharam casais sorodiscordantes (onde um parceiro tem HIV e o outro não) e não registraram nenhuma transmissão quando a carga viral estava indetectável.
O que significa carga viral indetectável?
É quando a quantidade de HIV no sangue está tão baixa que os testes convencionais não conseguem detectar (geralmente abaixo de 50 cópias/mL).
Isso só é possível com adesão rigorosa à Terapia Antirretroviral (TARV).
Importante lembrar:
✅ I=I vale para transmissão sexual, mas o HIV ainda pode ser transmitido por outras vias, como compartilhamento de seringas.
✅ A carga viral deve ser monitorada regularmente para garantir que continue indetectável.
✅ O uso de preservativos ainda é recomendado para proteção contra outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).
Portanto, manter a TARV em dia não só protege a saúde da pessoa com HIV, mas também elimina o risco de transmissão para parceiros sexuais.
Calcule o tempo aproximado da infecção pelo HIV:
Sim, é possível estimar o tempo de infecção pelo HIV, mas não com precisão absoluta. Algumas abordagens médicas ajudam a fazer essa estimativa:
1. Testes de HIV e Janela Imunológica
Se a pessoa fez testes regularmente, o período entre o último teste negativo e o primeiro positivo pode indicar o momento aproximado do contágio.
Testes como o HIV de 4ª geração (antígeno/anticorpo) podem detectar a infecção a partir de 2 a 4 semanas após a exposição.
2. Contagem de CD4+ e Progressão da Doença
O HIV ataca os linfócitos T CD4+, e sua contagem pode indicar o tempo de infecção.
Pessoas recentemente infectadas tendem a ter uma queda moderada, enquanto quem vive com HIV há anos sem tratamento pode apresentar CD4+ muito baixo.
3. Teste de Carga Viral
Durante a infecção aguda (primeiras semanas ou meses), a carga viral é muito alta. Se detectada nesse estágio, sugere infecção recente.
4. Teste de Recentidade (Recent Infection Testing Algorithm - RITA)
Alguns laboratórios especializados oferecem testes que analisam se a infecção ocorreu nos últimos 6 meses.
Baseia-se na maturação dos anticorpos contra o HIV.
5. Sintomas da Fase Aguda
Algumas pessoas apresentam sintomas gripais (febre, dor de garganta, ínguas) entre 2 a 6 semanas após o contágio. Se a pessoa lembra dessa fase, pode ser uma pista do tempo de infecção.
Conclusão
Nenhum método é 100% exato, mas combinar testes laboratoriais e histórico clínico pode ajudar a estimar o tempo de contágio. Para informações mais precisas, um médico infectologista pode orientar os exames mais adequados.
PreP e PEP, a prevenção do HIV
Qual o futuro do tratamento para HIV/Aids?
Falha da terapia para o HIV, o que fazer?
HIV e COVID-19
Quanto tempo leva para a carga viral ficar indetectável?
Navas terapias no horizonte: Cabotegravir e Biktarvy
Entenda a relação CD4/CD8
A relação CD4/CD8 é um indicador do equilíbrio do sistema imunológico em pacientes com HIV. Ela representa a proporção entre os linfócitos T CD4+ (células de defesa que o HIV ataca) e os T CD8+ (células que ajudam a combater infecções e eliminar células infectadas).
Valores e Significados
🔹 Normal (≥ 0,9) → Em pessoas sem HIV, a relação CD4/CD8 geralmente varia entre 1,0 e 2,5, indicando um sistema imunológico equilibrado.
🔹 Baixa (< 0,9) → Em pessoas com HIV, especialmente sem tratamento, a relação tende a cair porque o HIV reduz os CD4+, enquanto os CD8+ podem aumentar na tentativa de combater a infecção.
🔹 Muito baixa (< 0,3) → Indica um sistema imunológico mais comprometido, maior inflamação e risco de doenças associadas ao HIV, mesmo se a carga viral estiver controlada.
O Impacto da TARV
Com adesão à Terapia Antirretroviral (TARV), a relação CD4/CD8 pode melhorar com o tempo, mas nem sempre volta ao normal.
Alguns pacientes com HIV indetectável ainda apresentam uma relação CD4/CD8 baixa, o que pode indicar inflamação crônica e risco de complicações.
Síndrome Inflamatória da Reconstituição Imune (SIRI) em HIV/AIDS
A Síndrome Inflamatória da Reconstituição Imune (SIRI) é uma condição que pode ocorrer em pessoas vivendo com HIV após o início da Terapia Antirretroviral (TARV). Ela resulta de uma resposta imunológica exagerada contra infecções pré-existentes, que estavam "silenciosas" devido à imunossupressão.
Causas e Mecanismo
Quando a TARV começa a restaurar o sistema imunológico, os linfócitos T CD4+ voltam a funcionar, levando a uma resposta inflamatória intensa contra patógenos oportunistas, como:
Mycobacterium tuberculosis (tuberculose)
Cryptococcus neoformans (meningite criptocócica)
Citomegalovírus (CMV)
Pneumocystis jirovecii (pneumonia fúngica)
Fatores de Risco
Iniciar TARV com CD4+ muito baixo (< 100 células/mm³)
Infecção oportunista não tratada ou em tratamento recente
Resposta imunológica rápida após início da TARV
Sintomas
Os sintomas variam conforme a infecção subjacente e podem incluir:
✅ Febre persistente
✅ Linfonodos inchados (adenopatia)
✅ Inflamação pulmonar, hepática ou neurológica
✅ Piora dos sintomas de uma infecção já tratada
Diagnóstico e Tratamento
O diagnóstico é clínico e baseado na piora dos sintomas após início da TARV.
O tratamento pode envolver anti-inflamatórios, corticoides (em casos graves) e continuidade do tratamento da infecção oportunista.
A TARV não deve ser interrompida, a menos que a inflamação coloque a vida em risco.
Conclusão
A SIRI é uma complicação temporária, mas pode ser grave. Um acompanhamento médico adequado é essencial para minimizar riscos e garantir uma recuperação segura do sistema imunológico.
A "Paciente de Esperanza", uma mulher argentina, é um dos poucos casos documentados de cura do HIV sem transplante de medula óssea. Seu caso foi relatado em 2021 e representa um fenômeno extremamente raro chamado cura esterilizante, onde o sistema imunológico elimina completamente o HIV do organismo sem tratamento contínuo.
O Caso da Paciente de Esperanza
A paciente foi diagnosticada com HIV em 2013, mas nunca apresentou sinais do vírus em exames convencionais, mesmo sem uso contínuo de antirretrovirais.
Cientistas analisaram mais de 1,19 bilhão de células do seu corpo e não encontraram HIV replicante.
Esse caso é semelhante ao da Paciente de São Francisco e ao do famoso Paciente de Berlim, mas sem necessidade de transplante de células-tronco.
Como Ela Se Curou?
Os pesquisadores acreditam que seu sistema imunológico tenha sido capaz de:
✅ Identificar e eliminar células infectadas de maneira altamente eficaz.
✅ Isolar o HIV em formas não funcionais, impedindo sua replicação.
✅ Ter um perfil imunológico semelhante ao de controladores de elite, que mantêm o vírus inativo sem tratamento.
Impacto Científico
Esse caso dá esperanças para estratégias de cura funcional ou esterilizante do HIV, estimulando novas pesquisas.
Aumenta o interesse em terapias baseadas no sistema imunológico, como vacinas terapêuticas ou edição genética (CRISPR).
Embora extremamente rara, a "Paciente de Esperanza" representa uma prova de que o corpo humano pode, em condições específicas, eliminar completamente o HIV, inspirando novas abordagens para a cura.
Os testes de HIV podem, em raras ocasiões, apresentar falsos positivos, ou seja, indicar a presença do vírus em alguém que não está infectado. Isso pode ocorrer devido a diversos fatores. Abaixo está uma lista completa das principais causas:
1. Fatores Relacionados ao Teste
✅ Reatividade Cruzada – Algumas proteínas ou anticorpos no sangue podem reagir com os componentes do teste.
✅ Erro Laboratorial – Erros na manipulação das amostras, contaminação ou falhas nos reagentes podem causar falsos positivos.
✅ Testes Rápidos com Sensibilidade Alta – Alguns testes rápidos podem gerar falsos positivos devido à alta sensibilidade.
2. Infecções e Doenças Autoimunes
✅ Infecções virais recentes (gripe, dengue, hepatite B ou C, mononucleose causada pelo Epstein-Barr, citomegalovírus).
✅ Malária – Pode causar reações cruzadas em testes de HIV.
✅ Tuberculose ativa – Pode interferir em alguns testes.
✅ Doenças autoimunes (lúpus, artrite reumatoide, esclerose múltipla) – Produzem anticorpos que podem interagir com os reagentes do teste.
✅ Síndrome de Guillain-Barré – Relacionada a possíveis reações cruzadas.
✅ Sífilis – Algumas infecções sexualmente transmissíveis podem interferir nos resultados.
3. Fatores Biológicos e Fisiológicos
✅ Gravidez – Alterações imunológicas podem levar a testes falso positivos.
✅ Vacinação recente (Hepatite B, gripe, COVID-19) – Pode gerar resposta imune inespecífica.
✅ Transfusão de sangue ou imunoglobulina recente – Pode causar interferências no teste.
✅ Câncer e algumas condições hematológicas – Podem alterar a resposta imunológica e gerar reações cruzadas.
4. Problemas Técnicos e Procedimentais
✅ Armazenamento inadequado das amostras – Pode levar à degradação dos componentes do teste.
✅ Tempo de leitura do teste fora do recomendado – Testes rápidos lidos fora do prazo indicado podem dar resultados errôneos.
O Que Fazer em Caso de Teste Positivo?
1️⃣ Confirmar com outros testes – O protocolo inclui a realização de um teste confirmatório, como o Western Blot, Imunoblot ou PCR (carga viral).
2️⃣ Consultar um médico infectologista – Ele pode orientar os próximos passos e avaliar a necessidade de novos exames. Um único teste positivo não confirma HIV.
Os testes para detecção do HIV evoluíram ao longo das gerações, tornando-se cada vez mais precisos e eficazes. Atualmente, contamos com os testes de 4ª geração, que são os mais modernos disponíveis. Eles possuem uma janela imunológica reduzida, permitindo a detecção do vírus em um período mais curto após a infecção, além de identificar tanto os anticorpos contra o HIV quanto o antígeno p24, tornando o diagnóstico mais rápido e confiável.
No entanto, apesar dos avanços tecnológicos, nenhum teste é 100% infalível. Ainda há a possibilidade de resultados falso-positivos ou falso-negativos, seja devido a fatores individuais do organismo, erros na testagem ou realização do exame fora do período adequado. Por isso, em casos de dúvida, é sempre recomendado repetir o teste dentro do tempo apropriado ou complementar o diagnóstico com outros exames confirmatórios, garantindo maior segurança nos resultados.
Pacientes Imunosilenciosos para HIV: Características e Implicações
Os pacientes imunosilenciosos para HIV apresentam infecção pelo vírus sem resposta imune detectável, caracterizando um perfil atípico.
Mecanismos Possíveis
Fatores genéticos: Polimorfismos podem modular a resposta imune ao HIV.
Regulação imune diferenciada: Supressão da ativação imune pode impedir a detecção viral.
Latência viral aprimorada: O HIV pode se manter em reservatórios sem ativação imunológica.
Zona Cinzenta em Pacientes em Uso de TARV e HIV
A "zona cinzenta" no contexto do HIV refere-se a uma situação em que a carga viral do paciente em Terapia Antirretroviral (TARV) não está completamente suprimida, mas também não é alta o suficiente para ser considerada uma falha virológica.
Critérios da Zona Cinzenta
Geralmente, considera-se que um paciente está nessa condição quando apresenta:
🔹 Carga viral detectável, mas baixa (entre 50 e 999 cópias/mL).
🔹 Oscilações na carga viral sem uma tendência clara de aumento.
🔹 CD4+ estável e ausência de sintomas clínicos de progressão da doença.
Possíveis Causas da Zona Cinzenta
1️⃣ Adesão irregular à TARV – Pequenos esquecimentos ou atrasos na medicação podem permitir alguma replicação viral.
2️⃣ Problemas farmacocinéticos – Absorção irregular dos medicamentos pode afetar sua eficácia.
3️⃣ Interações medicamentosas – Alguns remédios, suplementos e plantas podem reduzir a eficácia dos antirretrovirais.
4️⃣ Resistência parcial ao tratamento – Algumas mutações do HIV podem permitir replicação viral em níveis baixos.
5️⃣ Inflamação residual ou reservatórios virais – Mesmo em pacientes bem controlados, o HIV pode continuar em células latentes e liberar pequenas quantidades do vírus.
Devo me preocupar?
🔹 Se a carga viral permanece abaixo de 200 cópias/mL, o risco de transmissão sexual ainda é praticamente nulo ("indetectável = intransmissível").
🔹 Se a carga viral sobe gradualmente ou ultrapassa 1.000 cópias/mL, pode ser um sinal de falha terapêutica, exigindo mudanças no tratamento com teste de genotipagem.
O que fazer se estiver na zona cinzenta?
✅ Monitorar a carga viral com mais frequência (a cada 3 meses, em vez de 6 meses).
✅ Reforçar a adesão à TARV – Tomar os medicamentos nos horários corretos e sem interrupções.
✅ Revisar interações medicamentosas e ajustes na dieta.
A zona cinzenta não significa falha imediata da TARV, mas requer acompanhamento cuidadoso para evitar resistência e manter o HIV sob controle.
Efeito da Metformina na Microbiota Intestinal em Pacientes com HIV
A metformina, além de seu efeito na resistência a insulina, modula a microbiota intestinal, o que pode ser relevante para indivíduos com HIV, que frequentemente apresentam disbiose e inflamação crônica.
Modulação da Microbiota pela Metformina
Composição Bacteriana: Aumenta Akkermansia muciniphila e Bifidobacterium spp., associadas à melhora metabólica e redução da inflamação sistêmica.
Ácidos Graxos de Cadeia Curta (AGCC): Estimula a produção de butirato e propionato, favorecendo a integridade da barreira intestinal e reduzindo a permeabilidade intestinal, fator crucial na inflamação crônica do HIV.
Atividade Inflamatória: Reduz a translocação microbiana e a ativação imune sistêmica, contrabalançando a disbiose intestinal comum no HIV.
Implicações Clínicas
Pacientes com HIV em TARV apresentam risco aumentado de resistência à insulina e dislipidemia.
A modulação da microbiota pela metformina pode contribuir para melhora metabólica e menor risco cardiovascular.
Efeitos Adversos
Relacionada a diarreia, flatulência e distensão abdominal, devido à fermentação bacteriana de carboidratos no cólon.
Estratégias como formulações de liberação prolongada e ajuste gradual da dose minimizam esses efeitos.
Se você faz tratamento para o HIV, fique atento! Certas substâncias podem interferir nos antirretrovirais, reduzindo sua eficácia ou causando efeitos colaterais graves. Entre elas estão:
🚫 Ervas e suplementos – Erva-de-São-João pode diminuir a ação dos remédios.
🚫 Álcool e drogas recreativas – Podem sobrecarregar o fígado e afetar a adesão ao tratamento.
🚫 Alguns medicamentos – Antiácidos, antibióticos e anticonvulsivantes podem interagir com os antirretrovirais.
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