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Os Principais Sinais e Sintomas da doença da Febre Amarela

A Febre Amarela é uma doença infecciosa aguda, transmitida por artrópodes que, nas formas graves, cursa com a tríade: icterícia, hemorragias e insuficiência renal aguda. Sua letalidade nesses casos é de 20 a 50%.

O vírus da Febre Amarela após contaminar o homem afeta órgãos que possui tropismo: fígado, rins, coração e timo. Os casos de doença moderada não ocorre a tríade caractérisca da Febre Amarela grave, podendo mimetizar diversas outras doenças infecciosas.

O agente etiológico é um arbovírus da família Flaviviridae. Na natureza esse vírus tem os primatas como reservatórios e os mosquitos do gênero Haemagogus da floresta como vetores (ficam nas copas das árvores). Todavia, no ciclo urbano o homem é o reservatório e o mosquito Aedes aegypti é o vetor (o mesmo transmissor da Dengue, Chikungunya e Zika). Em ambientes urbanos a Febre Amarela pode causar surtos. Apesar da maioria dos casos de Febre Amarela ocorre na África a doença é amplamente encontrada na América do Sul, onde o Peru é o país com maior número casos. No Brasil a Febre Amarela é endêmica na região Amazônica e Planalto Central e surtos urbanos voltaram a ocorrer no final do ano de 2016.

Prevenção: a vacina antiamarílica foi desenvolvida em 1937 em Nova York e, ainda no mesmo ano, começou a ser produzida no Instituto Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro. Por ser uma vacina de vírus atenuado a sua utilização em gestante e pacientes imunossupressos (quimioterapia, HIV/Aids, etc.) está contraindicada. A vacina e a erradicação do mosquito Aedes aegypti são as melhores formas de evitar o ciclo urbano da Febre Amarela, toda população deve evitar acúmulo de água parada em suas residências e vacinar conforme as recomendações vigentes. 

O diagnóstico específico depende do isolamento viral (amostra deve ser obtida nos primeiros quatro dias da doença) ou por sorologia anticorpos IgM (ELISA) que permanecem positivos até 2 meses após a infecção. Importante lembrar que a vacina também positiva os anticorpos assim como infecções por outros arbovírus, o que pode dificultar o diagnóstico da doença. Assim como na Dengue, Chikungunya e Zika vírus a Febre Amarela não possui tratamento antiviral específico e os salicilatos devem ser evitados por risco de sangramento.

 

 

Renato Cassol - Médico Infectologista

Porto Alegre - RS