Paracoccidioides brasiliensis é uma fungo endêmico muito comum no América latina, principalmente no Brasil. A forma crônica da doença é a mais comum e, quando não tratada, pode evoluir para formas disseminadas com envolvimento de diversos órgãos e morte.
Esse fungo infecta principalmente homens trabalhadores rurais na faixa etária de 30 a 50 anos. Mulheres em idade fértil dificilmente possuem a doença. O fungo Paracoccidioides brasiliensis permanece no solo em formato de conídios infectantes que, uma vez inalados, infectam o pulmão do hospedeiro. Tabagismo e alcoolismo estão frequentemente associadaos a essa micose. Distribuição geográfica do Paracoccidioides brasiliensis:
Apesar do pulmão ser o órgão mais envolvido na doença (isso tanto é verdade que mais de 90% dos pacientes apresentam manifestações pulmonares) a doença também envolve diversos órgãos principalmente pele e mucosas.
O diagnóstico da infecção pelo Paracoccidioides brasiliensis é realizado por provas sorológicas que possuem também a capacidade de avaliar a eficácia do tratamento e gravidade da doença (título de anticorpos). A imunodifusão dupla (exame de escolha), ELISA e imunoblot possuem sensibilidade de 85% e 100%. Essa sensibilidade diminui em pacientes com Aids e na doença localizada. Exames falso-positivos ocorrem em pacientes com infecção por aspergilose ou histoplasmose. Já que os anticorpos diminuem com o tratamento, os mesmos devem negativar ou permanecerem em baixos títulos para se alcançar a cura sorológica, sendo assim os critérios de cura são clínicos, radiológicos e sorológicos.
Literatura sugerida e fotografias retiradas da Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 39(3):297-310, mai-jun, 2006.
Renato Cassol - Médico Infectologista
Rio Grande do Sul